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A Diveo foi a primeira operadora VoIP a atuar com uma rede IP privativa no Brasil. Eduardo Mejias explica por que isso faz diferença, na visão da empresa.
Por Pablo Hess
Linux Magazine» Que produtos e serviços a Diveo oferece no mercado brasileiro VoIP?
Eduardo Mejias» Em nossa unidade de telecom, oferecemos produtos e serviços desde um clear channel até uma rede completa de rede de telecomunicações, separada da Internet pública, passando inclusive por um serviço de VoIP. Nossa oferta de VoIP, portanto, utilizam como meio a rede IP privativa da Diveo, e não a Internet.
A Diveo não possui licença STFC, e portanto não atua na transmissão de voz em ambos os sentidos. Porém, nossa licença SCM nos permite cuidar do tráfego que sai dos clientes, e nossa oferta de VoIP é calcada justamente nessa parcela do tráfego, que circula por nossa rede privativa.
LM» Que parcerias estratégicas já foram ou serão firmadas pela empresa no país?
EM» Nós temos hoje uma parceria com a Intelig como operadora para conexão de nosso serviço de VoIP com a rede pública de telefonia, e utilizamos a tecnologia da Audiocode.
LM» Qual é o envolvimento da Diveo com o Linux?
EM» Nós atuamos tanto na área de telecom quanto em TI. Nesse campo, oferecemos produtos em plataforma Linux sempre que o cliente a demanda.
Já na área de VoIP, não há uma relação direta do Linux com a tecnologia. Entretanto, algumas implementações de VoIP usam o Linux como servidor VoIP (Asterisk, principalmente), mas esse não costuma ser o fato crítico.
A solução da Audiocode que oferecemos já contém o hardware e o software, e provavelmente o sistema operacional embarcado é Linux. Mas a responsabilidade pelo conteúdo do equipamento é unicamente do fornecedor, não nossa, e por isso não posso afirmar com certeza o sistema empregado.
LM» Em que segmentos do mercado a Diveo pretende investir majoritariamente até o final de 2008?
EM» Em relação à área de telecom, nós estamos, cada vez mais, verticalizando nossa oferta. Isso significa que estamos nos encaminhando para atingir as camadas de serviços de nossos clientes. Vamos desde a oferta básica de VoIP até um outsourcing completo do cliente, incluindo a oferta de PABX, seja ele IP ou TDM. Essa é a direção que pretendemos seguir já este ano, continuando também em 2008.
Ou seja, queremos cada vez mais ser capazes de oferecer uma solução completa no segmento de voz, oferecendo inclusive os PABX.
LM» Na sua opinião, como está o mercado de VoIP no Brasil, e o que falta para ele decolar?
EM» A oferta de VoIP da Diveo está começando a ter relevância na receita da empresa, ou seja, está em linha ascendente.
No mercado brasileiro, o VoIP pela rede pública, a Internet, não apresenta qualidade corporativa, a meu ver. Com isso, quero dizer que os usuários de VoIP atuais são uma fração dos usuários de Internet, e não vejo esse uso da tecnologia como passível de oferta de serviços. Esse mercado é totalmente dominado pelas pessoas físicas.
Apenas o VoIP por redes privativas pode oferecer o nível de serviço esperado no campo corporativo. As próprias operadoras de telefonia convencional, tanto grandes quanto pequenas, já começam a se preparar para oferecer VoIP, em vista da forte redução de receita que devem começar a sofrer em breve — em virtude da migração de clientes de suas redes para o VoIP.
Para mudar esse cenário e possivelmente ajudar o VoIP a crescer, creio que seria necessária uma melhora da infra-estrutura da Internet brasileira, de forma a suportar o tráfego espúrio (estimado em 50% do volume total da Internet) e ainda garantir a qualidade do tráfego útil. Nesse caso, as operadoras de VoIP poderiam até mesmo migrar para a rede pública para estabelecer suas plataformas de negócios.
Pablo Nehab Hess foi editor da Linux Magazine, tem mestrado em genética e especialização em bioinformática. É autor de softwares de código aberto para computação científica e tem experiência em administração de sistemas.
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